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#Club&Casa Home – Entrevista com Paulo Niemeyer: “Brinco que sou um filho da arquitetura”

Descendente de Oscar Niemeyer é arquiteto, designer e fundador do instituto que leva o nome do mestre.

Texto: Giulia Esposito

Fotos: Divulgação

Paulo Niemeyer, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia (GO).

Não bastasse ser bisneto do consagrado Oscar Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer é filho de arquitetos e, ao visitar as obras da família, naturalmente passou a se interessar por construção e design. Na época, não entendia bem a necessidade da arquitetura, até que, aos 15 anos, começou a ajudar os pais nos projetos. “Brinco que sou um filho da arquitetura. Se meu pai não se interessasse por desenho e pelo setor, ele nunca teria ido a Brasília, trabalhado com o Niemeyer e encontrado minha mãe (neta de Oscar). Eles se casaram e a arquitetura era rotina em casa”, relembra.

Graduado em arquitetura e urbanismo pelo Centro Universitário Metodista Bennett, Paulo assume que sua maior formação foi “estudar Oscar Niemeyer”, também sua principal inspiração, além dos pais, Walter Makhohl e Ana Elisa Niemeyer. Os conceitos que o pioneiro da família na profissão criou interferem diretamente nos trabalhos de Paulo, que herdou a dedicação às obras e o desejo de realizar todo tipo de projeto. E, para defender legado de Oscar e propagar sua genialidade, ele criou o Instituto Niemeyer, onde também é coordenador e professor.

Paulo ainda encabeça o escritório de arquitetura que leva o sobrenome da família e atua como designer. A marca Niemeyer já engloba móveis, coleções de porcelanatos, de azulejos e outros, mas a arquitetura é o carro-chefe do negócio – e recorrentemente atua em projetos de urbanismo, áreas públicas, ambientais, desenvolvimento de cidades e planos diretores. Agora está empenhado na restauração da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ) e da Torre Oscar Niemeyer. Nos produtos que cria, ele costuma utilizar carbono, policarbonato, madeira, metal e é aberto a novos materiais. “Trabalho pensando em objetos que gostaria de ter em casa, me inspirando nas curvas e na natureza, e privilegiando a leveza da estrutura”, contextualiza.

 CAMINHO NIEMEYER

Um complexo cultural que se estende por 11 km pela orla de Niterói (RJ), com majestosas obras de Oscar Niemeyer. Este é o Caminho Niemeyer, que reúne o Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Teatro Popular Oscar Niemeyer, a Praça Juscelino Kubitschek, a Estação Catamarã de Charitas e o Memorial Roberto Silveira. A relação entre o complexo e Paulo é sinérgica, já que ele participou da obra do início ao fim e, assim como era xodó de Oscar, tornou-se dele. “Ao acordarmos, Oscar queria ir à obra para ver como estava. Tornou-se, para ele, aquele tipo de obrigação que traz prazer”, conta. Ao receber os futuros clientes no escritório, o mestre sempre recomendava uma prévia visita ao espaço e era o bisneto parceiro quem os conduzia ao inebriante passeio.

A linha Ibirapuera (Coleção Paulo Niemeyer) apresenta a tendência veneziana do revestimento terrazzo, unindo ao concreto fragmentos de diversas rochas. Uma homenagem ao Parque Ibirapuera e à marquise criada no local por Oscar Niemeyer. Para a Villagres.

O cobogó Prece reproduz a formosa silhueta da Catedral de Brasília, importante obra arquitetônica de Oscar Niemeyer. Em tonalidades cinza ou marfim, suas peças (35 x 35 x 6 cm) artesanais e com acabamento rústico podem ser dispostas em diferentes sentidos, constituindo dinâmicas divisões vazadas. Para a Gauss.
A linha Cathedral valoriza a plasticidade e a veracidade do concreto. Ela reverencia a Catedral de Brasília, localizada no eixo monumental da capital
brasileira. Disponível nas versões off white (foto) e Cement. Para a Villagres.
Os azulejos decorados autorais do modelo Prece (linha Alba, Coleção Paulo Niemeyer), 15 x 15 cm, também aludem à famosa catedral brasiliense. Da mesma forma, as peças podem ser posicionadas em diferentes sentidos, gerando movimento e curiosidade. Para o Studio Vetro.
Capela é a linha que homenageia o primeiro templo religioso construído em Brasília: a Catedral Nossa Senhora de Fátima (ou Catedral de Brasília). O fluido relevo presente nas peças de concreto é um charme à parte. Para a Villagres.
O modelo Paranoá (da linha Alba), 15 x 15 cm, é inspirado no calçadão que acompanha a orla do lago homônimo, considerado o mar de Brasília.
Também obra de Oscar Niemeyer, o local possui pontos de pausa, recreio e lazer a cada 500 metros. Para o Studio Vetro
.
De série limitada, o modelo Mural Gávea (linha Alba) refere-se, de forma lúdica, à exuberante imagem da Pedra da Gávea, um dos principais cartões postais cariocas e considerado o maior monolito à beira-mar do mundo. Sua dimensão de 60 x 135 cm sugere o uso como obra de arte. Para o Studio Vetro.
O modelo Infinito (linha Alba) exibe três estampas de azulejos (15 x 15 cm), que, combinados em diferentes disposições, garantem continuidade sem cessar. Seus desenhos se assemelham a traçados feitos à mão, disformes e oscilantes, provocando suaves movimentos ondulares. Para o Studio Vetro.

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